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/ quinta-feira, março 28, 2024
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Crise leva metade da juventude brasileira a ficar com o nome sujo

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Mais um dado denuncia a política recessiva do governo golpista de Michel Temer. Levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apresenta cerca de 12,5 milhões de pessoas entre 18 e 29 anos com restrição nos serviços de proteção ao crédito.

O estudo mostra também um crescimento de 4,31% na inadimplência em julho, em relação a igual período de 2017. São 63,4 milhões de pessoas devedoras, 41% da população adulta do país.

“Essa é mais uma demonstração de que a crise afeta pesadamente a juventude”, diz Luiza Bezerra, secretária da Juventude Trabalhadora da CTB. Ela ressalta que as dividas foram contraídas no cartão de crédito ou pelo crediário, quando “as pessoas tinham emprego e uma situação estável”.

Mas “com o aguçamento da crise, a maioria das pessoas não consegue honrar suas dívidas porque se encontra desempregada”. Pesquisas mostram que mais de 30% da população entre 15 e 29 anos está sem emprego, boa parte sem escola também.

“O desgoverno Temer desmonta o Estado, retira direitos da classe trabalhadora e aí as pessoas não têm como manter sua renda e pagar a totalidade das contas”, assinala Luiza. “Junto a isso somam-se os juros exorbitantes cobrados pelos bancos no Brasil que fazem a dívida aumentar exponencialmente em pouco tempo e tornando ela de fato impagável”.

Para se ter uma ideia, os juros anuais do cartão de crédito no mês de junho foi de 291,9%, segundo o Banco Central. Já a taxa média do cheque especial ficou em 304,9% no mesmo mês. Juntando esses dados com o desemprego e subemprego de cerca de 30 milhões de pessoas, “dá para prever o colapso”, argumenta Luiza.

Entre os jovens de 25 a 29 anos a inadimplência é de 46%, enquanto 19% das pessoas de 18 a 24 anos estão inadimplentes.  As dividas no cartão de crédito correspondem 45% dos débitos, em seguida vêm os cartões de loja, com 30%. Em terceiro vem a telefonia móvel, com 15%.

“Iniciar a vida adulta com o nome sujo não é o desejo da juventude, mas é preciso que o governo crie as condições para que estes jovens saiam dessa situação e consigam construir um futuro promissor, para eles e para o Brasil”, explica Luiza.

“Mais do que isso, é preciso que retomemos o poder de compra das famílias brasileiras, criando um círculo virtuoso de aquecimento da economia e assim voltando a investir em políticas públicas que alavanquem o desenvolvimento nacional”, conclui.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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