Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sábado, maio 11, 2024
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Desemprego afeta mais as mulheres trabalhadoras

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Viva! O Brasil recuperou o emprego durante o ano de 2020!

Oficialmente, de acordo com a #RAIS – Relação Anual de Informações Sociais-, o país somou, ao longo do ano pandêmico de 2020, 46,2 vínculos trabalhistas formais. A pesquisa, divulgada no último dia de novembro parece positiva, não é mesmo?

Mas, é preciso analisar onde estão as vagas e para quem elas se destinam. E quem são os brasileiros excluídos da roda da economia…

Curioso constatar que no país dos #semteto, a construção civil foi o setor econômico que mais cresceu:  124,4 mil novas vagas de trabalho. É o Brasil que #ChicoBuarquedeHolanda canta em Construção: olha aquele edifício, moço… olha aquela escola, moço… olha aquela Igreja, moço… Aonde eu e meus filhos não podemos entrar…

É claro que é preciso celebrar cada carteira assinada, que faz a diferença na vida de um cidadão e família brasileira. Foi por ela que lutamos no passado e ainda lutamos. Por direitos trabalhistas no país da precarização laboral, que afasta os brasileiros do trabalho formal e tirou das filas do emprego quase seis bilhões de profissionais, os chamados desalentados, que desistiram da busca por trabalho.

Também cresceram no Brasil pandêmico os setores do comércio, que contratou 124,4 mil pessoas a mais se comparado a 2019 e a indústria. que formalizou 101,1 mil empregos formais, no mesmo período. Também o segmento das Informações e Comunicações, que gerou 53,7 mil trabalhadores durante o período do #FiqueemCasa.

É interessante que os números oficiais mostram que houve inclusão laboral se considerarmos etnias, gênero e até trabalhadores com deficiência, mas o buraco é mais embaixo, não é mesmo? Oficialmente, tudo lindo, na vida real o brasileiro passa fome.

Outra pesquisa, divulgada uma semana depois, mostra que as mulheres foram as trabalhadoras mais impactadas pelo desemprego ao longo de 2020. Elas representam 462 mil trabalhadores que foram excluídas do mercado de trabalho dentre as 480 mil vagas fechadas.

Ainda segundo a RAIS, a proporção de mulheres empregadas, 43,6%, é a menor desde 2014, quando políticas sociais e até mesmo de conscientização geradas pelo governo popular fomentou a empregabilidade da mulher trabalhadora. E como retrocesso é viral, as profissionais mais afetadas pelo desemprego são as mães com filhos menores de três anos e as mulheres negras.

Ou seja, a exclusão laboral mata de fome não apenas as mães, mas as crianças. E, claro, as crianças afrodescendentes são as que mais empobreceram ao longo da #pandemia.

Outro dado importante a ser analisado é a faixa etária do trabalhador sem emprego. Os jovens, entre 30 e 39 anos são os mais afetados. Isso, formalmente, pois sabemos, na prática, que muitos estudantes pouco mais do que adolescentes, fora da escola devido ao #isolamentosocial e ou recessão econômica no Brasil inflacionário aumentaram a fila dos uberizados, ou de empreendedores individuais como preferem os que enxergam com olhos míopes. De acordo com a RAIS, fecharam-se, ao longo de 2020, 379,9 mil postos de trabalho destinados aos trabalhadores dessa faixa etária.

E não foi apenas o setor privado que demitiu ao longo do primeiro ano pandêmico, quando 53.3 mil estabelecimentos fecharam, mas o setor público não poupou os servidores. Ou seja, no mundo laboral ou o trabalhador gera lucro ou é descartado.

Os dados analisados aqui refletem o ano de 2020, quando o brasileiro ainda comia carne. Imagine o que será compilado quando os pesquisadores se debruçarem no ano de 2021, quando o número do #PovodaRua cresceu a olhos vistos e o brasileiro se identificou ao vira-latas, revirando lixo para comer…

www.construirresistencia.com.br/Adriana do Amaral

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