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/ quinta-feira, maio 2, 2024
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“Nós vamos brecar tudo”, diz entregador sobre apagão dos apps, nesta sexta-feira, 1º de Abril

Paralisação dos entregadores de aplicativo na praça Charles Miller, Pacaembu. Rovena Rosa/ Agência Brasil
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“O dia da mentira” foi escolhido para denunciar que empresas não têm cumprido acordos firmados com a categoria

Ouça o áudio:

A nossa situação é análoga à escravidão. Nós não temos amparo nenhum.

Entregadoras e entregadores de aplicativo de todo o Brasil se organizam para uma nova paralisação nacional por direitos, dignidade e melhores condições de trabalho. Desta vez, o breque, que já começou em algumas capitais na terça-feira(29), tem o seu ápice nesta sexta-feira, dia 1º de abril, conhecido como o “Dia da Mentira”, no ato que eles estão chamando de “Apagão dos Apps”.

A escolha da data foi para denunciar que as empresas não têm cumprido os acordos com a categoria. O alvo das mobilizações é a maior empresa de entrega de comida pela internet, o Ifood, mas a greve também visa questionar outras companhias de delivery por aplicativos.

Desde julho de 2020, quando aconteceu a primeira greve histórica da categoria, milhares de trabalhadores do ramo têm se mobilizado para denunciar as condições de trabalho e o descumprimento de acordos das empresas de aplicativo.

Abel Santos, vice-presidente da Associação dos Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e Entorno (AMAEDF) é o convidado do quadro Entrevista Central, do programa Central do Brasil desta quarta-feira (29). O entregador expõe como está a organização da greve e as expectativas dos entregadores.

“Queremos causar um impacto nas plataformas de entregas para que elas vejam que dependem dos trabalhadores para funcionarem. Precisa ser uma parceria de mão dupla e não da forma que funciona hoje, de maneira unilateral. A nossa expectativa com essa paralisação é que as empresas entendam que somos seres humanos, parceiros e pedimos o mínimo de condição para viabilizar a prestação de serviços. Sem nós, não faz sentido existir a plataforma de delivery e os restaurantes não conseguirão entregar as refeições, porque nós somos a linha de frente.”, explica.

O entregador também pede o apoio de toda a população com as pautas da categoria.

“Pedimos que a sociedade colabore com a nossa luta e não faça pedidos pelas plataformas de delivery nestes três dias de paralisação nacional. Além disso, uma arma poderosa que temos hoje é a nossa comunicação via rede social, então pedimos que vocês compartilhem as informações da greve por estes meios. Nós vamos brecar tudo”, afirmou.

Abel também cita as dificuldades enfrentadas pela categoria. “Estamos pedindo o básico para permanecer na rua que é o banheiro, água potável, local para carregar celular, um ambiente para descansar. Muitos trabalhadores moram longe dos centros das cidades”, contou.

Em resposta ao Brasil de Fato, a 99 afirmou que, desde a última quarta-feira (23), os motoristas recebem “um auxílio em seus ganhos com base na variação dos custos da gasolina em diferentes regiões do país”. Segundo a 99, serão pagos R$0,10 a mais por quilômetro rodado para cada R$1 de aumento do combustível.

Já o iFood anunciou, no último dia 17, que deve reajustar a taxa mínima paga ao entregador a cada corrida. De R$5,31, ela deve passar para R$6. Já o valor pago por quilômetro rodado deve passar de R$1 para R$1,50.

Brasil de Fato tentou contato com a Uber, mas não obteve retorno.

www.brasildefato.com.br

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