Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sábado, maio 18, 2024
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Acusados de assassinar Bruno e Dom irão a júri popular, decide Justiça

A Brazilian Kamuu Dan Wapichana indigenous man takes part in a protest of employees of the  National Indigenous Foundation (FUNAI) outside the Ministry of Justice in Brasília, on June 14, 2022 over missing British journalist Dom Phillips and Brazilian Indigenous affairs specialist Bruno Pereira. - Human remains have been found in the search for a British journalist and Brazilian indigenous expert who disappeared deep in the Amazon after receiving threats, Brazil's president confirmed Monday. Relatives of veteran correspondent Dom Phillips and respected indigenous specialist Bruno Pereira meanwhile said authorities informed them two bodies had been found -- though police and local indigenous leaders denied that, adding to confusion around the case. The families of Phillips, 57, and Pereira, 41, have endured an anguished wait for news since the pair disappeared a week ago Sunday during a reporting trip to Brazil's Javari Valley, a remote jungle region rife with illegal fishing, logging, mining and drug trafficking. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
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Indigenista e jornalista foram mortos há um ano por se oporem a pescadores ilegais que atuavam na Terra Indígena

Ouça o áudio:

Três réus no caso dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips serão julgados por um júri popular. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e foi proferida na última segunda-feira (2). O julgamento não tem data marcada.

Os acusados, Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, viraram réus por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver em julho de 2022. Os três estão presos e tiveram as prisões preventivas mantidas pelo juiz Wendelson Pereira Pessoa.

A procuradoria jurídica da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), organização para qual Bruno Pereira trabalhava quando foi morto, afirmou que a decisão já era esperada.

“Confiamos na Justiça e nas instituições do Brasil que estão envolvidas na resolução do caso. Aguardamos a continuidade das investigações e pedimos que a justiça seja feita”, declarou Eliésio Marubo, procurador da Univaja

 

Apontado como mandante do crime pela Polícia Federal (PF), o empresário da pesca Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, também segue preso. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, mas voltou à carceragem após violar a liberdade condicional. Ele também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas, mas nega todas as acusações.

Relembre o caso

Em junho do ano passado, Bruno Pereira e Dom Phillips se deslocavam de barco até o município de Atalaia do Norte (AM), quando foram emboscados e mortos a tiros por pescadores ilegais, que se opunham à atividade de monitoramento territorial conduzido pelo indigenista. A dupla ficou desaparecida por 10 dias, quando os corpos foram encontrados por indígenas, esquartejados, queimados e enterrados na mata.

Indigenista licenciado da Funai, Bruno Pereira foi exonerado de um cargo de chefia do órgão indigenista pelo então ministro da Justiça e atual senador Sérgio Moro (União). Ele decidiu então trabalhar diretamente para os indígenas da Univaja, onde chefiava o monitoramento de invasores da terra indígena Vale do Javari. Dom Phillips, jornalista britânico experiente em coberturas na região Norte, acompanhava o trabalho de Bruno, enquanto escrevia o livro Intitulado “Como salvar a Amazônia”.

Após as mortes, Bruno e Dom foram difamados pelo governo Bolsonaro. O ex-presidente declarou que eles morreram durante uma “aventura” e que não tinham autorização da Funai para adentrar a Terra Indígena Vale do Javari. As mentiras foram desmentidas por servidores de carreira do órgão indigenista. No governo Lula (PT), a Funai pediu desculpas formais às famílias das vítimas, e retirou do site uma nota difamatória relativa à morte da dupla.

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