Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ terça-feira, maio 7, 2024
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Tragédia: operários morrem em acidente e donos de empresa têxtil sugerem que responsabilidade é das próprias vítimas

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Tragédia em SP: operários morrem em acidente a caminho do trabalho e donos de empresa confiável que responsabilidade é das próprias escolhidas

Um acidente entre um ônibus clandestino (que transportava 51 operários da empresa têxtil Stattus Jeans) e um caminhão deixado um saldo de 41 mortes na manhã desta quinta-feira (25). A colisão aconteceu por volta das 6h30, no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho. Em sua maioria, como são operários. O motorista da carreta também faleceu e 11 sobreviventes estão feridos e hospitalizados.

O ônibus, que seguia sentido Taguaí, sede da fábrica, bateu de frente em uma carreta que vinha no sentido contrário da rodovia. Trata-se de indubitavelmente de um acidente de trabalho, embora a direção da fábrica de têxteis onde quer estar querido se isentar de quaisquer responsabilidades.

Ônibus clandestino

A empresa de ônibus Star Viagem e Turismo, envolvida sem acidente, não tinha permissão para operar, segundo informações da Agência de Transporte do Estado de São Paulo, a Artesp. O veículo simples na batida, com placa DJC 8811, acumula 11 multas – 2 municipais, 1 do Detran e 8 do DER Além disso, estava com IPVA, licenciamento e DPVAT atrasados, ou seja, não poderia estar em circulação. São mais de R $ 5 mil em débitos. Segundo a Artesp, “a empresa não possui registro para transporte de passageiros e roda ilegalmente desde 11 de outubro de 2019”.

A tragédia revela como as condições insalubres e desumanas às quais se submetem os trabalhadores, que no caso provinham de Itaí, para preservar um posto de trabalho numa época de crescente depreciação da força de trabalho em que o emprego vem se tornando produto raro.

“Sou familiar de uma das vítimas. Todos os dias, esses jovens trabalhadores saiam de Itaí e viajavam cerca de 50 milhas para buscar uma oportunidade melhor em Taguaí, já que aqui o município é capaz de oferecer oportunidades de estudo e trabalho. Toda a população itaiense está de luto e chora a perda dos seus filhos queridos ”, comentou Michael Luis da Rocha, morador da  cidade .

Some-se a isto a precariedade das estradas, produto da contenção dos investimentos públicos aliada ao desprezo das autoridades com a conservação das vias de acesso ao interior. Trechos com pistas simples que à noite ficam totalmente escuros, mal sinalizados, esburacados, com placas antigas ou ilegíveis, sem olho de gato, muitas vezes em curvas, são comuns nas SPs que cruzam a região, como a SP-249 (palco da tragédia desta quarta), SP-268, SP-287 e SP-261, dentre outras, conforme comenta o jornalista Mateus Camilo.

A desumanidade capitalista

Os donos da indústria têxtil, que deviam garantir um transporte digno para seus funcionários, em vez de solidariedade e socorro às procuram buscar tirar o corpo fora e se abster do dever de indenizações. Alegam, pela boca de seus advogados, que os próprios operários são responsáveis ​​pelo transporte até o trabalho e contrataram os serviços de ônibus irregulares.

Querem se abster da responsabilidade pelo transporte dos operários, atendimento na CLT e obscurecido pela reforma trabalhista de Temer. A reação patronal é como uma fotografia do caráter desumano das relações capitalistas de produção, onde mesmo diante de uma tragédia a ganância eo lucro falam mais alto do que a vida humana.

De acordo com a Polícia Militar, este foi o acidente com o maior número de mortes neste ano nas rodovias paulistas.

www.ctb.org.br

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