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Desemprego sobe em fevereiro e atinge 9,2 milhões de brasileiros

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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No trimestre encerrado em fevereiro, não houve crescimento de ocupação em nenhum dos setores analisados pelo IBGE

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,6% no trimestre móvel terminado em fevereiro em relação aos três meses anteriores (set-out-nov), quando registrava 8,4%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (31).

No país, são mais de 9,2 milhões de brasileiros sem emprego, num ambiente em que a economia brasileira está em desaceleração frente à restrição de demanda que os juros altos estabelecidos pelo Banco Central estão impondo ao país, com queda nas vendas e na produção industrial.

O contingente de desempregados no trimestre móvel terminado em fevereiro representa uma alta de 5,5%, ou 483 mil pessoas a mais em busca de emprego, frente ao trimestre anterior. A pesquisa também apontou que houve recuo no número de pessoas ocupadas (-1,6%), no mesmo período analisado.

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro, não houve crescimento de ocupação em nenhum dos setores analisados pela pesquisa. Quatro deles tiveram retração: Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,7%, ou menos 471 mil pessoas), Indústria geral (-2,7%, ou menos 343 mil pessoas), Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,3%, ou menos 202 mil pessoas) e Outros serviços (-3,2%, ou menos 171 mil pessoas). Os outros setores investigados se mantiveram estáveis.

O rendimento médio real foi de R$ 2.853, considerado estável frente ao trimestre encerrado em novembro. Uma estabilidade muito longe de deixar os trabalhadores que têm renda confortáveis. Cerca de 70 milhões de famílias brasileiras estão endividadas, com 27% da renda comprometida com os bancos, com seus juros extorsivos, cerca 6 milhões de empresas, na maioria pequenas e médias, estão inadimplentes, sem recursos para capital de giro, para investimentos, para quitar dívidas, para contratar.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM QUEDA

No quarto trimestre do ano passado o PIB recuou 0,2% e as previsões para este primeiro trimestre não são nada promissoras diante do arrocho monetário imposto pelo Banco Central, com as mais altas taxas de juros do mundo.

Ontem (30), o IBGE divulgou que a produção industrial nacional ficou em janeiro -0,3% abaixo do que produziu em dezembro de 2022, quando marcou variação nula (0,0%). A produção de bens de capital caiu -4,2%, bens intermediários recuou -0,8%, e  bens de consumo duráveis retraiu -1,3%. Nas últimas semanas, as montadoras de veículos no Brasil anunciaram a paralisação das suas produções – frente à baixa procura de compradores – e deram  férias coletivas aos trabalhadores, armado assim a “antessala” das demissões.

No varejo, a cada semana aparece o anúncio de uma nova empresa desesperada por uma alternativa de honrar seus compromissos com credores e para não decretar falência. São dívidas bilionárias que se alavancaram, principalmente, pela usura e o baixo crescimento econômico que o país vive nas últimas décadas.

O nível de desemprego se eleva no Brasil quando a maior parte das ocupações de trabalho estão na informalidade: trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) e empregados sem carteira assinada (13 milhões). Em números absolutos, são mais de 38,2 milhões de brasileiros excluídos de direitos trabalhistas, que na sua maioria exercem os famosos “bicos”, com remunerações miseráveis.

A população subutilizada foi estimada em 21,6 milhões de pessoas. Este contingente consiste na soma entre desempregados, pessoas que desistiram de procurar emprego (4 milhões), pessoas subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,1 milhões), entre outras categorias que formam a força de trabalho subutilizada.

Com o aumento do desemprego e a retração no número de pessoas ocupadas (estimada em 98,1 milhões), a população fora da força de trabalho cresceu para 66,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, alta de 2,3% ante o trimestre anterior e 2,2% na comparação anual.

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